O Pastor Hernandes Dias Lopes cita o Dr. John Mackay, que foi missionário no Peru por vinte anos e depois se tornou um iminente presidente do Seminário de Princeton, e que em seu livro “O sentido da vida”, disse que “não há relação mais espiritual e sublime que a amizade. A relação de amigos é mais elevada que a de irmãos, noivos ou esposos, pois há muitos irmãos, noivos e esposos que não são amigos”.
O livro de Provérbios pertence ao grupo dos que são chamados de “poéticos e sapienciais”. Ele é composto por uma série de coleções que, em forma de máximas, refrões, ditos e poemas, transmitem a antiga herança de sabedoria de Israel. O conteúdo, no seu conjunto, é encabeçado pelo título “Provérbios de Salomão, filho de Davi, o rei de Israel” (1.1). A sabedoria de Provérbios traz ensinamentos em setores da vida nos quais não há necessariamente m mandamentos expresso pelo Senhor. No livro a sabedoria é considerada como um princípio essencialmente prático, fundamentado na observação, na experiência e no sentido comum e orientado para os múltiplos aspectos da atividade humana.
Contudo, não seria correto esquecer que a religião de Israel também marcou com o seu próprio selo essa sabedoria, que se adquire por meio da experiência. Prova disso é a afirmação que abre a primeira das coleções de provérbios: “O temor do Senhor é o princípio do saber”. Isso significa que a única sabedoria verdadeira é a que implica uma forma de vida baseada na obediência a Deus e se manifesta no amor à bondade e à justiça. E no poema em que é elogiada a mulher virtuosa, com o que também se encerra o livro, se volta a fazer menção do temor do Senhor.Vamos passear um pouco sobre este livro e ver o que a Bíblia nos fala sobre o verdadeiro amigo.
1. UM AMIGO VERDADEIRO É ALGUÉM QUE ESTÁ DO NOSSO LADO AINDA QUANDO TODOS NOS ABANDONAM – A Bíblia diz: “Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão” (Pv 17.17). Um amigo é o primeiro a entrar, depois de todos terem abandonado a casa. Há duas caricaturas de uma falsa amizade. A primeira é a AMIZADE DE BARZINHO, DE FIM DE SEMANA. Nenhuma conexão existe entre esses “amigos” além do desejo comum de matar o tempo e tomar uns copos, de contar piadas indecentes, de maldizer o próximo e fazer farra. Esses amigos dispersam-se na hora da angústia. A segunda amizade falsa é a AMIZADE UTILITÁRIA. É a daqueles para quem todo “amigo” é uma conveniência, é um meio atual ou potencial de facilitar os interesses. Essa amizade é uma espécie de pesca de favores, honras, posições e lucros. MAS, SE HÁ “AMIZADE” FALSA, EXISTE TAMBÉM A AMIZADE VERDADEIRA. O amigo verdadeiro ama em todo tempo. O vendaval só conseguirá que os verdadeiros amigos produzam raízes mais profundas de comunhão, que se tornem cada vez mais irmãos, capazes de compartilhar e ajudar um ao outro.
2. UM AMIGO VERDADEIRO É ALGUÉM QUE NÃO PRECISA USAR MÁSCARAS PARA DESFRUTAR DE INTIMIDADE – A Bíblia diz: “... há amigo mais chegado do que um irmão” (Pv 18.24). Um amigo verdadeiro nos conhece e nos ama, não apenas por causa das nossas virtudes, mas apesar dos nossos defeitos. É aquele que está perto na hora de celebração, mas também, no tempo de choro, estendendo a mão e oferecendo o ombro como apoio. A VERDADEIRA AMIZADE DERRUBA PAREDES E CONSTRÓI CORREDORES; NIVELA OS VALES E CONSTRÓI PONTES. A amizade é edificada sobre o fundamento da verdade e cresce com o cultivo da intimidade.
3. UM AMIGO VERDADEIRO É ALGUÉM QUE PREFERE O DESCONFORTO DO CONFRONTO À COMODIDADE DA OMISSÃO – A Bíblia diz: “Como o ferro com o ferro se afia, assim o homem ao seu amigo” (Pv 27.17). UMA AMIZADE VERDADEIRA NÃO É CONSTRUÍDA SOBRE A CUMPLICIDADE NO ERRO, MAS SOBRE O CONFRONTO DA VERDADE. As feridas feitas pelo amigo são melhores do que os elogios dos bajuladores. UMA AMIZADE LEAL NÃO SE ACOVARDA NA HORA DO CONFRONTO. A Bíblia nos ensina a falar a verdade em amor. Não existe amizade indolor. Não existe amizade omissa. Um amigo é alguém que tem liberdade, direito e responsabilidade de exortar, corrigir e orientar seu companheiro quando enxerga a chegada de um perigo ameaçador. Confrontar o amigo com a verdade do seu erro e sempre o melhor caminho.
CONCLUSÂO:
Nesse mundo marcado pela solidão, pelo isolamento, onde florescem as “amizades virtuais”, precisamos cultivar amizades verdadeiras, amizades que glorifiquem a Deus, edifiquem a igreja e abençoem a família! Vamos encerrar relembrando a frase do Dr. John Mackay em seu livro “O sentido da vida”, quando escreve: “não há relação mais espiritual e sublime que a amizade. A relação de amigos é mais elevada que a de irmãos, noivos ou esposos, pois há muitos irmãos, noivos e esposos que não são amigos”.
Adaptação da pastoral do Rev. Hernandes Dias Lopes do dia 17-08-2008, pelo Sem. Irineu Junior